sábado, 1 de outubro de 2011

LISBOA - Veganário Fest: três dias pela libertação animal e humana

É o único festival vegano do país e começa já hoje. Na Faculdade de Letras de Lisboa, o Veganário Fest propõe três dias de informação, debate, música e, claro, comida vegana. Três dias sobre activismo ecológico, social e político – pela libertação animal e humana.

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O bar novo da da Faculdade de Letras de Lisboa (Cidade Universitária), acolhe a partir de hoje e até sábado uma nova edição do Veganário Fest. Um festival que tem por objectivo “divulgar actividades e acções no âmbito do activismo ecológico, social e político.”

Sendo o único festival vegano no país, a ideia é criar um espaço onde se possam divulgar diferentes projectos e movimentos, tal como “partilhar experiências, ideias, filosofias e práticas: o que cada um de nós sabe fazer cozinhar, activismo, associativismo, cooperativismo, agricultura biológica, libertação animal e humana, artesanato, distribuidoras, musica, arte, coisas do faz tu mesm@... sempre que relacionadas com o tema do vegetarianismo ético.”

Haverá por isso petiscos, doces e jantares veganos, que mostram como é perfeitamente possível cozinhar sem fazer sofrer outros animais, conversas e debates sobre direitos dos animais e ecologia, bancas com material informativo, e ainda vários concertos: Ryan Harvey esta noite, Mário Trovador na sexta, e Albert Fish, Stevenseagal e Shape no sábado.

Os organizadores procuram sublinhar “a perspectiva ética activa e activista que subjaz ao veganismo, não deixando que este se traduza meramente na ideia de uma dieta alimentar.” O Veganário Fest será livre para qualquer pessoa interessada em participar, desde que exista respeito comum.

Direitos dos animais na actualidade

A cada segundo que passa, perto de dois mil animais são mortos para a nossa alimentação – a maioria no mundo ocidental. Muitos outros são explorados para testes, em circos, ou para a indústria das peles. Para muitos vegetarianos/veganos, a exploração animal continua a ser a maior das escravaturas. Para vários investigadores, não é mesmo possível compreender a dominação do homem pelo homem (e, historicamente, a exploração de escravos, pessoas de outras raças, mulheres, trabalhadores...) sem perceber a exploração das outras espécies animais pelo homem, como base da sociedade hierárquica. “Do ponto de vista dos animais, todos os homens são nazis”, dizia o filósofo Piter Singer.

Na verdade, o debate sobre a libertação animal não podia continuar mais actual. Com o neo-liberalismo e a imposição da sociedade de consumo segundo o modelo ocidental em todo o mundo, o consumo de carne está a aumentar drasticamente, desde o Brasil até à China. Por seu turno, no ocidente, o número de vegetarianos e veganos não pára de subir, sendo as “vegan society” um bom exemplo desse fenómeno que, não raras vezes, se trata de uma mera alteração de dieta, sem uma perspectiva crítica do modelo económico e da hierarquia – e que cria um novo nicho de mercado para as mesmas grandes empresas que continuam a explorar seres humanos e os outros animais. Finalmente, no actual contexto securitário e de protecção sem limites do capital, muitas acções pelos direitos dos animais têm sido etiquetadas como “terrorismo”, e a repressão a activistas atingiu proporções jamais vistas (vejam-se os chocantes exemplos nos EUA, em Espanha ou na Áustria).

A frase é atribuída a Ghandi e tantas vezes utilizada, mas teima não perder pertinência: “O grau de civilização de uma sociedade pode ser medido pela forma como trata os seus animais”.

http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/5670

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